A situação ambiental em Colombo é crítica.
A poluição atmosférica atinge níveis insustentáveis.
A ADEA apela as autoridades constituídas e especialmente ao senhor governador, para que providências imediatas sejam tomadas.
Até o momento, as aspirações comunitárias, não só de hoje mas de longa data, nunca foram atendidas e nem mesmo consideradas.
O poder público tem na realidade obrigação de zelar pelo bem-estar do povo. Infelizmente, o que se vê são os interesses demagógicos ou eleitoreiros das promessas sem fim.
Senhor governador, o povo de Colombo merece melhores condições de salubridade. A saúde do homem entra em consideração no seu plano de governo A ADEA-Colombo, juntamente com a ADEA-Nacional e a ABPPOLARPR iniciam uma campanha contra a poluição atmosférica causada pelas indústrias de cal existentes no perímetro urbano.
As indústrias que não colocaram equipamento antipoluente como manda legislação, tem franca desconsideração pela saúde do homem. Não podem alegar desconhecimento do problema. As indústrias pouco interessa que a população local venha a ter problemas pulmonares crônicos e diminuição do tempo de vida média.
É uma forma de exploração do homem pelo homem. Que não deixa de ser uma forma de escravatura imposta pelo poder econômico e sustentada por alguns representantes dos poderes Legislativo e Executivo.
A solução do problema difícil, uma vez que fere interesses de grupos políticos que trabalham em beneficio próprio, e não no de seus eleitores ou da comunidade.
A situação é alarmante, uma vez que todos, crianças e adultos, são obrigadas
a respirar dia e noite o ar carregado de poeira tóxica que mata lentamente.
Não matarás, é um mandamento da Igreja.
Matar é crime, portanto, a poluição não controlada constitui crime contra a população. É um caso de policia. A ADEA espera que ela venha a agir energicamente apesar do poderio politico interesseiro que tem capacidade de depor delegados honestos!
A Surehma cabe o importante papel de impor à indústria a instalação de equipamento adequado, bem como evitar a ladainha de prorrogação de prazos de instalação sempre concedidos em beneficio da indústria que dessa fornia perpetua o estado de poluição. A ADEA não tolera a prorrogação dos prazos concedidos, a menos que a indústria cesse sua atividade prejudicial à à saude dos habitantes não só de Colombo, como de outras cidades e localidades da Região Metropolitana de Curitiba. afetada pelos mesmos problemas.
Não tem justificativa a forma de coação usada pelos demagogos de que vai haver problema social ou desemprego. É preferível ser desempregado do que empregado na câmara da morte, nas condições mais precárias e subumanas: que deprimem 0 homem consciente que luta pela valorização do seu semelhante.
A Mineropar cabe grande parcela de responsabilidade no que concerne a mineração e os aspectos sociais e os salubridade ligados às atividades da indústria mineral. Esta instituição deve considerar , e preocupar-se com o impacto ao ecossistema que não deixa de ser um assunto de geologia ambiental, tão relevante nos países mais adiantados.
A ADEA espera que as aspirações do povo nas regiões da indústria de cal sejam atendidas no seu justo direito de desfrutarem um ambiente sadio.
João José Bigarella, geólogo, professor da UFPR presidente da ADEA)
Gazeta do Povo, 6/7/83
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